O aluno egresso do mestrado em Ciências Florestais, da Ufac, Caio Gabriel Santos da Cruz, publicou, em coautoria e inglês, estudo que analisa a relação entre focos de incêndio, ciclo de carbono e produtividade primária bruta (GPP) no Estado do Acre, na revista Environmental Development (vol. 54). Ele foi orientado pelo professor do Centro de Ciências Biológicas e da Natureza, Rafael Coll Delgado.
A pesquisa abrangeu o período de 2001 a 2021 e utilizou o modelo Autoregressive Integrated Moving Average (Arima) para prever tendências futuras, além do teste de Mann-Kendall para análise de variáveis climáticas, focos de incêndio e GPP. Os resultados apontaram que os incêndios são mais prevalentes durante a estação seca e afetam principalmente áreas próximas a zonas urbanas e pastagens. Além disso, revelou que, apesar do aumento de focos de incêndio, há uma tendência positiva no GPP durante os meses mais secos, indicando maior produtividade da vegetação nesses períodos.
“Esse trabalho reflete o papel da comunidade acadêmica não apenas na geração de conhecimento, mas também na promoção de soluções práticas para desafios ambientais críticos”, disse o orientador Rafael Coll Delgado. “Ele reafirma a Ufac como uma referência em pesquisa aplicada à conservação da Amazônia, inspirando futuras investigações e fortalecendo a base científica necessária para preservar um dos maiores patrimônios ambientais do planeta.”
Segundo Coll Delgado, o estudo é fruto de um esforço colaborativo entre a Ufac e parceiros científicos, além de destacar a eficácia do modelo Arima como uma ferramenta para monitorar riscos de incêndio e avaliar o GPP em curto prazo. “Essa abordagem tem potencial para subsidiar políticas públicas e ações de gestão ambiental no Estado do Acre e em outras regiões da Amazônia”, pontuou.
Ele ainda ressaltou a importância do financiamento público para viabilizar pesquisas desse porte. “A pesquisa realizada pelo discente Caio Gabriel Santos da Cruz, ao explorar as interações entre variáveis climáticas e o uso da terra, destaca a complexidade dos impactos ambientais. Esse trabalho demonstra como a ciência pode contribuir para entender e mitigar os desafios ambientais na Amazônia.”
Também assinam o artigo os professores Henderson Silva Wanderley (Ufac) e Marcos Gervasio Pereira (UFRRJ).